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Alfred Gibson

Nasceu ele na residência de Sant’Anna em 05 de abril de 1846, tendo se casado com Francisca Adelaide do Rego Barros aos 21 anos, no dia 14 de junho de 1867.

 

Era Francisca Adelaide (vovó Yayá) filha de Thomé Joaquim do Rego Barros e de Thereza Martins de Almeida. Pelo lado materno, neta de Carlos Martins de Almeida e de Maria Coleta de Pinho Borges.

 

O casal teve os seguintes filhos:

 

1.    Alfredo, foi casado com Heraclydes Brito (vovó Querida) e deixou os seguintes filhos: Arnaldo, Oscar, Jose, Maria de Lourdes, Nair, João e Armando. Foi a partir deste filho de Henry, que surgiu um dos principais troncos da Família, os Gibsons de Recife, cujos descendentes até hoje preservam o nome Gibson no País. E também, é este o tronco que possui maior numero de gerações.

 

2.    Henrique,

 

3.  Thomé Joaquim, solteiro, não deixou descendentes. Foi proprietário do Jornal Pequeno. Vide sua biografia.

 

4.  Cândido, solteiro, não deixou descendentes. Sabemos pelos registros de baptismo da Igreja do Santíssimo Sacramento no Recife, que na folha 90 - verso do livro 14 (1881-84), encontra-se o seguinte assento: “Cândido, nascido a 13.4.1879 e baptizado a 14.9.1882, filho de Alfredo Gibson e de Francisca Adelaide de Barros Gibson, afilhado de José Antônio de Pinho Borges e de Tomásia Adelaide Martins de Almeida.” Cândido foi Promotor de Justiça e faleceu com tuberculose. Bartholomeu Gibson, filho de Arnaldo, também promotor público, encontrou na Comarca de Serinhaem vários processos no qual o seu tio avô - Cândido, atuou como promotor.

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Francisca Adelaide do Rego Barros

 

5.    Maria, foi casada com o tenente João dos Santos - Comissario d'Armada. Anotações familiares informam que o tenente João dos Santos faleceu em Manaus. Não sabemos se Maria voltou ao Recife, após a viuvez, ou se estabeleceu-se definitivamente no Norte. Não conhecemos a descendência.

 

6.    Mathilde, faleceu no Rio, solteira. Sem descendentes.

 

7.   Maria do Carmo (Carmelita), nascida em 12 de janeiro de 1884, gêmea de Maria da Conceição. Sobre ela temos a noticia que foi batizada na Igreja do Santissimo Sacramento em Recife no dia 02 de setembro de 1887. Seus padrinhos foram o Dr. Aristarcho Xavier Lopes e D. Rosa Emilia de Sá Leitão.

 

8.  Maria da Conceição (Yayazinha), nascida em 12 de janeiro de 1884, gêmea de Carmelita.  Também batizada na Igreja do Santissimo Sacramento em Recife no dia 02 de setembro de 1887. Seu padrinho também foi o Dr. Aristarcho Xavier Lopes. Sua madrinha (sob a proteção), Nossa Senhora da Conceição.

 

9.   Thereza, que foi batizada em 03 de agosto de 1884, aos três anos de idade na Igreja do Santissimo Sacramento em Recife. Foram padrinhos o Dr. Loureiro de Morais Pinheiro e D. Maria dos Anjos Albuquerque Maranhão. Anotações familiares nos informam que faleceu de tuberculose.

 

10.  Alice (Menininha), que foi casada com Gilberto Amado e posteriormente se separaram. Foi a mãe de Vera Clouzot.

 

 

 

       Sobre notícias pessoais de Alfred, no dia 24 de abril de 1872, o Jornal do Recife traz a seguinte notícia: "Suicídio - amanheceu hontem enforcado no quintal de uma casa da rua da Imperatriz, um pardo, escravo do sr. Alfredo Gibson, segundo nos disseram. O infeliz preferio a morte à escravidão."

 

       No dia 25, o Jornal do Recife, publica nova nota sobre o acontecido:

 

 "Por officio de hontem datado, communicou-me o subdelegado da freguesia da Boa-Vista, que na noite do dia anterior, suicidara-se o pardo Antonio, escravo de Alfredo Gibson, residente a rua da Imperatriz, no. 51 daquella freguesia.

Procedeu o corpo de delicto, do que resultou encontrar-se no cadaver grande numero de cicatrizes em toda extensão das costas parecendo proveniente de castigos immoderados e de data recente, bem como nas nadegas haviam também cicatrizes antigas.

Das indagações que aquella autoridade procedeu, resultou saber-me, que o escravo Antonio fora duramente castigado e que tendo ultimamente fugido, apresentara-se a seu senhor, apadrinhado; não obstante este ameaçara mandra no dia seguinte castigal-o em seu engenho Forno da Cal. 

Recommendei ao respectivo subdelegado que, quanto antes, proceda-se o inquerito policial e remetta-se ao Dr. Juiz de Direito do districto, dando-me finalmente conta de semelhante remessa".

 

        Em 28 de abril de 1872 Alfredo publicou uma nota de defesa no Diário de Pernambuco, onde se inocentava da culpa pela morte de seu escravo Antonio. Como no cadáver tinha sido encontrado sinais recentes e antigos de castigos imoderados, Alfred informava que não partiu de sua iniciativa nenhum castigo – rigoroso ou moderado. Esclarecia ainda que fora citado para ser interrogado sobre o assunto pelo subdelegado da província da Boa Vista.

 

             Em 05 de janeiro de 1875, o Jornal do Recife noticia que um escravo fugido seu, de nome Cândido tinha sido capturado.

 

           Em 26 de janeiro de 1875, a chegada no porto do Recife de "tecidos diversos" importados por Alfredo. Nesta mesma relação de importadores de tecidos ingleses, está Hermann Ledebedour. Noticiado pelo Jornal do Recife.

 

               Em 05 de julho de 1875, o JR publica edital judiciário informando que Alfredo Gibson pediu a falência da firma "Caldas, Santos e Companhia".

 

            Algumas edições antigas do Diário de Pernambuco e do Jornal de Pernambuco, trazem noticias de mercadorias importadas por ele, tais como esta, fornecidas por nossa prima Gracy Andrade: “Caro Gustavo, encontrei, no Diário de Pernambuco, dentre os registros de operações de importação, a realizada por ALFREDO GIBSON: “Gravatas e fitas 1 caixa” (D.P. de 07.10.1874, p.4).Abraço, Gracy”.

 

Isto nos leva a acreditar que o mesmo pode ter sucedido o pai na loja de varejo, ou posteriormente com sua própria loja, ter seguido a vocação paterna. Mas, talvez por ter ficado órfão aos 16 anos, com certeza não detinha os contatos que Henry possuia no exterior o que permitiria continuar com o comercio de importação/exportação – alicerce da fortuna de Henry.

 

Porém, se observarmos a situação financeira dos filhos de Alfred (principalmente em comparação aos filhos de Francis), fica a impressão de que o mesmo conseguiu administrar bem a sua vida financeira.

 

Mas, posteriormente ou concomitante, seguiu carreira como funcionário público do Estado, desempenhando as funções de escrivão do thesoureiro. Nas edições do jornal A Província de 1890, frequentemente encontramos nota assinada pelo escrivão do thesoureiro do Thesouro do Estado de Pernambuco - Alfredo Gibson, comunicando a data em que seria efetuado o pagamento dos funcionários do Estado.

 

A Província de 23 de abril de 1890 traz uma nota da Junta Commercial do Recife convidando "... os commerciantes nacionaes matriculados deste distrito .... para a eleição de um deputado commerciante...". Logo abaixo deste convite vem a relação dos comerciantes matriculados, onde encontra-se o nome de Alfredo Gibson.


A Província de 04 de outubro de 1890 traz uma nota da Associação dos Funcionários Públicos comunicando a posse da nova diretoria onde Alfredo aparece como conselheiro.


Claro que ao assumir as funções de funcionário público, Alfredo pode ter fechado a loja mas mantido sua inscrição na Junta Comercial. Ou, ter delegado poderes a um gerente.

 

 

Pelo lado paterno sou descendente de Alfred e a geração de meu pai, até minha saída do Recife em 1975, recebia mensalmente pagamento por terrenos foreiros no Bairro Beberibe. Então com certeza Alfred também foi beneficiado, por herança, ou de parte dos terrenos do Engenho Beberibe ou de outra propriedade localizada também no lugar Beberibe. Sabemos que esta fazenda era localizada no município de Recife e justamente, por não fazer parte dos terrenos aforados por Henry Gibson ao poder público de Olinda, não foi indenizada posteriormente pelo Dr. Pernambuco. A título de melhor esclarecimento, informo que o Bairro Beberibe está localizado parte em Recife e parte em Olinda.

 

     Sabíamos também que a COMPESA (Companhia de Abastecimento de Água de Pernambuco) desapropriou uma área no Bairro Beberibe, onde construíram uma grande reservatório (caixa d’água) e o numerário referente a indenização, teria sido depositada judicialmente em nome dos herdeiros de Henry Gibson. Não sei se o Henry Gibson informado era o pai ou o filho, Henry Oliver. A quantia depositada (e que nunca foi reclamada) foi bem menor que o valor real do terreno e papai falava que eram tantos herdeiros a serem identificados e representados que não valia a pena o litígio. Isto prova que o Engenho Beberibe do Recife já era do Henry antes e independentemente do aforamento do Forno da Cal.

           

Acredito que se tivesse sido ele o tutor dos irmãos, quando da morte da mãe, a história econômica de nossa família teria sido diferente.

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Foto de Alfred Gibson  / Frente e verso

 

 

Faleceu Alfred no dia 09 de junho de 1913, em sua residência na Rua Visconde de Goiana, 154, de câncer, tendo sido declarante na certidão de óbito o seu neto Arnaldo Gibson que declarou como profissão do avô: "funcionário público".